Os muros da rosa de Berlim
A (Nova Canaã) chegará amanhã.
Assim pregam os burocratas das fachadas.
Planejam um "(Novo Paraíso)" na Terra.
São as promessas de uma "(Nova Era)".
Suas sementes brotam no solo das revoltas...
O cadafalso esta a um passo...
Não há mais volta, até breve!...
Ironiza a devassa (Guilhotina) a Robespierre.
A (Potestade) quebrou o pote da maldade.
Não senhor, não quero um (Salvador)!
Ainda ontem eles massacraram mais uma flor.
Dispararam teleguiados com os seus cajados.
Dizem que foi tudo em nome do "amor".
Eram saudosas e belas aquelas primaveras!
Por favor, apaguem essas trevas!
Sanguinários idiotas calçando botas em viço às portas.
O (Senhor dos Exércitos) é um deserto sempre por perto.
Tão cegos, perderam o seu coração em mais uma revolução.
A morte é um (Dragão) vomitando bombas sobre os pombos.
A Tempestade deixou em escombros a nação, por favor, não!
A língua da "(Serpente)" discursa por todas as mídias...
O chão ela risca, no ninho desova os ovos da desolação.
Ao mastro pode se ver a sua flâmula, ela é a "(Miss Insana)"!
Exausto, o seu amante dá um último suspiro sobre a cama.
Bom dia, (Vietnã)!
A meia-noite, falou a (Mãe Rússia).
Pela manhã, discursou o (Tio San).
Todos eles nos acusam, manipulam!
Sem prumo, só há um caminho, o casulo!
Perdemos a fé no futuro!
Ante o impasse, quem dera se nos amassem!
Quem destronará os novos reis?
Não sei!
Ninguém se atreve mais a escrever uma boa frase.
A (Roleta) gira descendo veloz a (Montanha-russa)...
Todos se acusam!
O que toma um ditador no seu café da manhã?
O que ele confessa a sós deitado sobre o divã?
Quais os versículos (recita) das velhas cantigas?
Por que cabeças tendem a rolar quando se põe a orar?
Ocidente e Oriente não são assim tão diferentes!
Se tem algo a dizer, a "verdade" virá contra você.
Ante o céu, a abjeta (Babel) cunhou outro alfabeto.
Esquerda e Direita disputam quem cercará Berlim.
Assim, nos erguem a recompor o fresco "(Concreto)".
A "(Rosa de Hiroshima)" filiou os seus novos "adeptos".
Estranhos seres das cavernas.
Um dia, ali chegaram com as suas caravelas.
Desceram, puseram-se de joelhos.
Ficaram a cruz, juravam trazer a luz.
Rezaram em estranhas línguas ibéricas!
Daquelas bocas gotejava a pólvora....
Daquelas mãos já havia a nódoa!
Logo o sangue jorrou sob a terra...
E com eles, travaram guerras!
Nenhum deles era bem-vindo!
Sorrindo, declaram seus verso malditos...
Porque semearam o inferno nos trópicos.
Os seus rios correram em vermelho...
A (Cruz invertida)era o poder das espadas.
A nova terra fora "descoberta","inventaram a (América).
Tupiniquins, te trago (Berlim), olhem para mim!
Viemos de longe nestas naus...
Convertam-se, somos-te o terror e o medo!
Sou-te (Pedro), o (Fidalgo Cabral).
Demarcamos o mundo, somos "os donos de tudo"!
Povos rendidos, vendidos e corrompidos.
A (Grande Aldeia) viera sugar as suas veias...
Eles viram suas próprias lágrimas no espelho!
O (Grande Sol) se abrira num (Girassol distópico).
O (Paraíso) chegava ao fim!
Novamente (reerguem) os tijolos...
São tempos vazios permeado de incertezas?
A linguagem da (Poesia) vive os seus dias de letargia...
Em profunda melancolia, a (Nix) rege sua fúnebre sinfonia..
Ainda que a (Fortuna) gire, as lágrimas vencem os olhos!
Na cobiça do ouro de aluvião, (César) cruzou o (Rubicão)...
A ganância é um ladrão que vem roubar o nosso sono.
Na (Guerra dos Tronos), todos somos!
Ave (César)! Até tu, Brutus, por que me feres em traição?
Veja, além do arco-íris existe um eclipse, o( Apocalipse)!
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Autor: ChicosBandRabiscando
Sociedade Literária Nacional, faço parte.
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