Incertezas

 

Navegamos em mares revoltos. Não sabemos em qual porto o barco vai ancorar, ou se pelo menos chegará a alguma praia.

O nome do barco já quase não dá para ler, pois está sendo corroído pela maresia, e a hipocrisia dos timoneiros nos assusta.

As incertezas, que eram naturais aos tripulantes, passaram a ser insegurança, desconfiança e inabilidade para lidar com a falta de rumo e de condições favoráveis. Quase não há nada a fazer, a não ser, esperar pelo bom senso.

Nós, os passageiros, estamos assustados, estressados e com dificuldades de adequarmos às situações de luta pelo poder, arrogância, descaso com a vida humana. Enfim, uma sociedade sem esperanças, cada dia mais insurgente com a mediocridade, com a falta de respeito e crença naqueles em quem devíamos confiar.

As incertezas agora são as únicas certezas, estamos à deriva e sem perspectivas de que um novo tempo melhore às condições de navegação.

 

Iêda Chaves Freitas

24/03/2022