Poexistência

Existir.

Somos amontoados de moléculas, milhares de partículas de átomos, somos seres que fazem parte de uma cadeia que equilibra a natureza, ou era pra ser. Somos indivíduos que necessitam vivem em comunidade.

Somos corpos que agem como máquinas de trabalho constante, com cérebros operando de forma tão rápida ao um fio de entrar em colapso. Vivemos numa onda de ação e reação, programados pela sociedade para produzir rapidamente, sem tempo de respirar, enlouquecendo aos poucos, matando nossa própria mente.

Talvez sejamos tudo isso, mas dentro de cada um, ainda encontra-se uma alma. Essa essência que vive dentro de nós é imprescindível, sem ela estaríamos fadados a enlouquecer. É o que move nossa criatividade, nossa arte, é o que mantém a sanidade na turbulência desse mundo.

Sempre pensei que nas palavras através de diversos gêneros de escrita havia achado meu lugar, onde me expresso, me ponho no papel, reescrevo o mundo de uma ótica que promova sentimentos nas máquinas que nós somos. Chamo essa transformação de poexistência, uma palavra inventada por algum escritor que criou um grande sentido para todo sentimento que há em mim.

Quando poexisto, reescrevo os dias cinzas, dou cores a monotonia, viro minha própria poesia, e através de minhas próprias palavras faço uma terapia, promovendo reabilitação da minha própria alma que adoece no dia a dia. Me torno minha própria arte, meu quadro recém pintado, me moldo com palavras, rabisco rimas, dedilho toda a minha intensidade com notas de cada uma das minhas emoções. Eu deixo de ser uma máquina, torno-me algo além, liberto minha alma da prisão, dando um real sentido a minha poexistência.

Intensamente Perdida
Enviado por Intensamente Perdida em 24/03/2022
Código do texto: T7479776
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.