Adormecer

Então, a vida se aquietou...

A dormência da razão, vencida pelo cansaço se impõe.

Musculos descontraídos deixam nos lábios um leve sorriso...

A fuga da consciência, a perda do domínio, a face perde o rubor e os olhos, semi cerram.

Tal qual gotas de água, os sentimentos se diluem no mar do irreal e caem no abismo sem fim da entrega.

A paz se impõe...

O coração bate lentamente, como se espreguiçasse no compasso do tempo.

A fraca luz das lembranças desenham na tela da mente sinais da vida que se queria, momentos que nunca foram...

No querer que se agiganta, a percepção do poder instala a necessidade de realizar.

O impossível sucumbe, vencido...

O servo se torna Deus, do grão emerge a montanha.

A timidez do medo se traveste de super.

O inimigo enfim se entrega... A paz se instala.

Das paixões escondidas, a revelação.

Dos desejos contidos, o desabrochar.

Dos objetivos traçados, as realizações,

Das incertezas trancafiadas, a fuga!

O pensamento é um pássaro de asas ligeiras que voa razante sobre as planícies da imaginação.

Nunca se cansa, voa solto, isento de rumos.

Liberdade, seu nome. Azul, sua cor.

O real esconde seu rosto sob a máscara da virtualidade e faz do desejo, matéria!

A emoção veleja no oceano do impossível, embalada pelos ventos dos anseios.

O sonhar é seu universo,

O querer, sua verdade,

O fugir, opção,

O sentir, propriedade...