Da leveza que quero

Alma esvaziada da calamidade da necessidade de ser.

Tantas coisas, entre sonhos despertos e escusas.

Os mais estranhos momentos intercalados da cena noir em que o retrato do dia se encaixa.

Os mais silenciosos pedidos de desculpas, entre as culpas não ditas daquilo que não se quer.

O olhar pela janela entreaberta atinge a rua com seus passantes raros na manhã dominical.

Asfalto molhado, de leve garoa trazendo o sopro de um vento suave brisa fria, que inicia mais um dia.

O cinza do céu, quase remete a olhos distantes, se não fosse pelos entremeios de nuvens azuladas. Quem sabe uma cor ainda não observada no olhar que ainda não foi possível espelhar?

No peito se instala a necessidade da leveza, tapar os ouvidos para a suavidade do silenciar.

Em uma sutileza que talvez a melodia de uma voz traga ao simples ato de rir, de papear, seriedade ou não pelo cafe matinal.

Desnorteados assuntos que se perdem entre risos, cigarros e páginas dos livros que se viram.

Ideia e fantasia da imaginação de uma ideal manhã fria de domingo. Que amanhece mais uma vez lenta... mente.

Distante fica a pousar o olhar, distante o olhar está querendo ir buscar.

Talvez viaje em sonhos embarcados de um pouco de livros e café. Ou somente por esperar sabendo que o que chegou...

... chegou pra ficar.

Adriana A. Bruno

13/03/2022

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 15/03/2022
Código do texto: T7472856
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.