Prosa
A feira é especial
Domingo na feira o ar é ameno.
O gosto por esta feira é para alem dos
aromas, não só pelas frutas oriundas de
sítios e quintais, ou pelos frascos de mel
não pela melancia vermelha, como um coração sangrando.
Não pelos pães da barraca do casal.
Não há razão para não olhar e namorar
orquídeas numa manhã de céu azul.
Dia de feira, olhares, cheiros e sabores
O café da barraca mais distante é a
última, mas seu cheiro está presente
logo na entrada da feira.
É domingo as ruas parecem dormir
assim como seus moradores
Mas a rua da feira acordou tão cedo.
A labuta e luta para tantos se faz presente
também nas manhãs de domingo.
Na barraca do pastel o cheiro exala
é muito cedo, mas o oriental vende bem
o seu saboroso e charmoso pastel
de guariroba.
Nesse lugar dispensa o grito. Não há porque, todos se conhecem.
A senhorinha dos ovos, aquela do toldo amarelo, tantos anos no mesmo lugar.
Tudo tem ar de muito familiar nesta feira
de domingo. Até a laranja do feirante da primeira barraca tem cheiro suave e fica
bem à frente, como se estivesse a convidar toda gente.