De sonhos e estrelas
Caminhada cósmica que já desacelera. Peso da eternidade que onera os ombros já cansados de tanto ir e vir. A poeira que se arrasta ficando para trás como sonhos iluminados a cada passo.
De existências que se amontoam como o balanço do pêndulo a surtir efeito, em cada movimento. Caindo, uma queda em pleno voo, com asas de Ícaro que já não mais me sustentam.
Vertiginosamente, enquanto estrelas cintilam. Vou voando pelo tempo, sendo o que sempre fui e serei.
O passo da eternidade, que já pesa novamente. E me arrasto, ainda com o fardo do abrir os olhos e refletir. A pequena esquina do cosmos que fica a existir, entre tantas galáxias eu sou mais um pouso.
De um pássaro, o pássaro, que tão solitário bate suas asas em meio a todo Caos estelar. Em Ordem a seguir, oceano as águas que acolhem e recolhem tanto do que parte de mim resta e continua a fluir.
Primordiais são as energias que movem tão simples passadas. De tempos idos, tempos sidos, tempos esperados.
Sou flor que se abre, do lodo, sou lótus, pequena flor de lótus.
Como no santuário em Sais, já sou tão desgastada frase.
Como em letras, sou registro de um Píndaro, seguindo a fórmula me tornando o que sou.
E me torno, e retorno.
E enquanto em Dez Mil Nomes sou fragmento
Assim
Sempre
Eternamente
Tempo
Que atravesso, cubro o espaço, e nisso tudo me desfaço
Em minhas asas a cobrir tudo que é finito, fico eu a infinito
Ser.