Palavras ao vento
Escrevo para me libertar do que está preso no meu pensar; por isso, quando solto palavras escritas são para que elas possam voar e expressar os meus sentires.
Há dias que passo horas catando palavras no quintal da minha memória, escolhendo aquelas que melhor combinam com o meu cardápio de lembranças, estas, catalogados pelas fases da minha vida.
Seleciono os vocábulos de modo a compor os capítulos históricos da minha vida, claro, os que merecem destaques, os que foram mais difíceis de vencer.
Por vezes, as palavras se encaixam perfeitamente no raciocínio de um passado de trabalho exaustivo; contudo, de boa colheita.
Noutras vezes, para formar uma simples frase procuro no dicionário o real sentido de um sofrimento, já quase esquecido, pois não deixou marcas e, sim, aprendizados.
Assim, os textos que componho são registros de um tempo vivido que foi organizado numa enciclopédia de sonhos realizados, de dores sentidas, alegrias celebradas e lições aprendidas nas salas de aula da experiência.
Essa liberdade de escrever me faz contar minha história como ela é e não como pensei.
Iêda Chaves Freitas
10.03.2022