Meus poéticos e desafiadores anos 2010!
De frente para o palco… O coração a mil e uma badaladas, enquanto um sonho que já durava 17 anos finalmente se tornava real… Bon Jovi! Num show pra lá de espetacular abriu os trabalhos de uma década que traria a realização de outros sonhos da juventude, como por exemplo, o de mexer com Cinema, mesmo que amador, mas na escola que eu já chamava de segundo lar: Cândido Oliveira! E de quebra, o início de meu período como professor do Ensino Superior, que acabaria por me render, além da experiência, vários reconhecimentos por parte das turmas.
Os ventos pareciam soprar apenas a favor, porém o velho ciclo matrix da vida fez agravar, e até mesmo surgir, enfermidades. A Tourette, companheira constante desde os seis de idade (que até então nem mesmo sabia o nome), se tornou novamente um grande desafio… No que tive que encará-la de frente para virar o jogo e obter o controle. A Diabetes também me alcançou, provocando susto e consequências, uma delas, a piora de outro problema antigo, seguido de cirurgia, preocupação, gastos e muitas etceteras…
Em meio a tudo isso, o psicológico seguia numa luta incessante para não sucumbir, enquanto aulas eram ministradas, jornais rodados, filmes gravados, projetos executados, aulas da saudade produzidas, coletâneas literárias lançadas, lições aprendidas ao mesmo tempo em fui assistindo manifestações, protestos, prisões, delações, golpes e uma nova ascensão do autoritarismo no Brasil e no resto do Mundo. A internet se tornou arena de lutas regadas a Fake News que ajudaram a eleger, tanto nos EUA, como no Brasil, representantes do ódio e das armas. Até a intervenção militar foi pedida, numa demonstração de total esquecimento (ou desconhecimento) da História.
Munido dos clássicos fones e escutando no celular as canções de Avenged Sevenfold, Green Day, My Chemical Romance e The Struts (as duas últimas apresentadas por minhas filhas já roqueiras), eu fui atravessando esse período, ao mesmo tempo sombrio, mas de gratas realizações, grandes amizades e parcerias poéticas… Irmãos e filhos de batalhas contra pretensos/ impiedosos reis, na busca por mais humanidade e contra um grande mal que se estabeleceu, já no fim desta contagem: O Covid 19, que assustou o mundo, levando mais cedo, e de forma trágica, muita gente que não merecia. E nesse momento, ainda envoltos no medo, seguimos… Enclausurados e angustiados, abraçando forte as nossas famílias e torcendo para não nos tornamos triste estatística…
…Nos momentos de maior cansaço, busco na escrita e na arte uma forma de me reerguer (quase sempre dá certo)… No que também me lembro das palavras de Balboa: “… não é sobre quantas vezes se vence, mas quantas se perde e continua lutando…”. Sigo torcendo para que as próximas páginas desta existência só tragam alegrias e recompensas… E um mundo de mais paz… Ou seria pedir demais?
Claucio Ciarlini (2021)