Paralelo questionável

O coração, às vezes, toma forma de terra arrasada,

Inúmeras perfurações, e nenhuma estrada.

Questionamentos sobre o que acontece,

A revolta no estômago embrulhada.

Por que tanto sofrimento?

Vislumbro a aurora boreal –

Descortinando o céu da imaginação.

Talvez seja o desespero,

Por momentos que transcenda a existência –

Para quê tanta insistência?

O desejo por mudanças,

Por algo que faça transmutar a realidade –

Com o poder da alquimia,

Desvanecendo o caos, o sofrimento e a dor.

Que esta seja espelhada na alegria,

Do coral de sorrisos – A harmonia.

E não em choros e lamentos,

Vil descontentamento.

Ao abrir os olhos, a verdade é diferente,

Do que imaginei na beleza da ilusão.

O que resta a qualquer momento, a importunação,

Pareço que flutuo em transe – Decepção.

O indesejado apossando-se do cotidiano,

Sem alguma forma de aviso prévio –

Pegando-nos de surpresa.

Modificando os planos,

Como se fossemos obrigados a engolir a seco,

Goela abaixo, todas as suas mazelas,

Os maus feitos – Sangria esparrela.

Sem contestar –

E nem tão pouco colocando em prática a proteção.

É o que nos mantém vivos,

Neste estado de manipulação.

Promovendo a desordem como armas,

Fazendo com que caiamos em armadilhas –

Arrefecendo a dignidade.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 07/03/2022
Código do texto: T7467183
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