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Da boca para os olhos, um pedido...

Privilegiados e egoístas, olhares meus

Ainda que em tua, lograda, turva e pouca visão

Vistes, veem e verão a tua mira, mais bela boca desenhada

Que a minha condenada, coberta, forçada ao silêncio

Obrigou-se calar, a não sentir aida, seu gosto!

 

Veja por mim, tentes fracas, nebulosas e estafadas

Seus contornos, que se seguem em suaves movimentos

Descreva, qual o brilho e cores têm, seus apetitosos adereços

O que tanto soletra mansinho, a meus também, sortudos ouvidos

Traduza se possível, revelando a doçura vista e atestada, desse sabor!

 

Entre de vez, nesses pares de olhos atentos-acesos

Quão luz intensa, que por certo escondem solitários segredos

Frente a frente, penetre, decodificando seus sais de prantos

Suas dores, seus ‘ais’, seu tudo, seu nada, suas dores e medos

Diga-a por mim, imerso nessa escuridão, que quero provar seu paladar!

 

Agora, porque derramas em mim, molhando tecido seco?

Me conte, se dela seus olhos também sentem pavor e lacrimejam?

E se sim, narre por mim sem pudor, confessando que lhe estimo

...que meus lábios sequiosos, ressentem uma falta absurda, dos seus

Louco a provar o que dela desconfio, que ela sua boca, é feita de mel!

 

Obrigado meus olhos tristes, por me traduzir, nuances de uma deusa

Por serem por mim, espectadores fiéis e compassivos de meu anseio

Que souberam levar, como ponte a tal “boca”, meus urgentes desejos

E que indo além, conseguiram traduzir como ninguém, essa ânsia

A revelar, o que não posso ser mais que tímidos versos, a clamar beijo seu!

 

EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 06/03/2022
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