Força-motriz
Existe no indivisível
uma partícula diminuta
que contrai e pulsa...
que contrai e pulsa...
torna-me retórica avulsa!
Contorcionista nas distorções do espaço-tempo
e dos meus dias
naquelas noites de buracos-de-minhoca!
À luz da manhã...
que não vence essas janelas-escuras
e o olho vazio.
São estátuas de sal e cobre,
linhas de telégrafos e poemas
traçando o “inimaginário” no frio.
Há uma partícula...
quase nula, invisível
ao rosto vetorial e suscetível
a pontos e vírgulas.
Não sei do que me faço.
Se da sombra que conforta-me com a solidão ou
Se do cunho atômico que me transforma em matéria.
Corpo de banho que fala!
Sopro estranho de vala!
Futuro detento da manhã gélida tão precária
Sem vez....
Sem voz....
na foz do que me cala.
Eu sou um fantasma
do silêncio que me entala
e sepulta a minha fala
em suspiros de céu e de asma.
Mas há!
Há uma partícula incompreendida
na fenda desconhecida dos conceitos,
expandindo sua metamorfose
engolindo sonhos
e computando as dimensões do meu espectro
circunscrito no dogmático vitruviano
de espelhos retorcidos
de baques distópicos
em teses sem velcro
em meses sem anos.
A sacada do meu ser
põe-se para a frente de um abismo!
E uma jovem desesperada se embebeda
com a solidão dos seus braços
e pequenas doses de cicuta...
e nós... nessas bandeiras de fascismos!
Só isso..., isso é tudo que o que se vê.
Essa face mais que filha da puta!
E horas...
E horas...
Horas a sobreviver.
Ainda teorizam
que há uma partícula na sua periferia
onde as noites tornam-se dias
e essas sortidas tramas
frisam apenas sonho e alegoria.
Você veria...
se não estivesse coberto dessas cinzas
que formam a massa do seu pão-de-cada-dia.