A fresta
São os dias mais cinzentos
Que fazem tempos sombrios
Em que até o ar da respiração parece faltar.
O caos parecendo tomar conta da vida
Deixando a morte dominar o cotidiano.
Somos muito mais frágeis que imaginávamos
Pois a morte tomava conta dos negócios.
No recolhimento e na solidão
Era preciso encontrar o pequeno raio.
Numa fresta quase esquecida
A luz começa a penetrar.
Ao poetar aquela situação
A poesia nos levou para a vida.
Ser poeta foi o meio encontrado para resistir
E assim habitar o mundo
Dando encanto ao próprio viver.