DO INVISÍVEL CONFLITO DE GERAÇÕES
Há dois seres fronteiriços , míticos da realidade, em franca antítese do tempo e dos propósitos.
Um alguém que olha para trás e enxerga seu auge ido, de passado imperialista e ideológico.
Acostumou-se a dominar e a julgar com sua batuta ancorada no próprio umbigo.
Mãos que subjugam seu igual.
Ego grande já incompatível com o passar do tempo que tudo leva, principalmente as glórias do que já não existe.
Uma notável sarcopenia política frente ao mundo que se reformata a toque de caixa.
Sulcos na pele que contam das batalhas vencidas, mas não das tantas guerras individuais, nunca garantidas pelas lutas insaciáveis da vida.
Olhos fumegantes de ressentimento, mísseis duma alma que dói.
Há um ser que se foi... apequenado e desacreditado.
O mal é a eterna luta que desintegra apenas o possível de se reerguer.
Versus:
Um outro alguém que olha para a frente e enxerga um futuro possível de liberdade.
Que traz no sonho a volúpia de músculos treinados para o resistir e o continuar .
Alguém que, no torque da juventude irreverente, enfrenta e rompe as algemas do mundo;
Que aprendeu a ir junto nos nobres propósitos, qualidade que pertence apenas ao líder inato que dispensa a opressão da arrogância do poder.
Mãos que acolhem seu igual.
Brilho explícito na pele por onde flui a seiva da esperança de sempre ser possível... ainda que a todos já pareça impossível ser.
Olhos lacrimejantes de dolorosas lágrimas embargadas pelos estilhaços do mal que ruge...e que a tudo e a todos assedia.
Há um ser agigantado que chega... acreditando.
O bem é a eterna edificação sobre o tudo que o mal nunca alcança...o seu êxito programado.