Aquém disto tudo, nada, se possível
Defronte ao notebook com aquela insegurança de como hei de começar o escrito, aquela mesma que todo escritor há de compartilhar, seria eu um? Digo, em essência que tem o eu, eu, o que seria? Meus dedos como células aferentes, fótons neuronais, nesta mesma poética tão real que me faz afundar em lágrimas. Meus órgãos sensoriais, os dedos, estes mesmo que o leitor está a imaginar, agora por indução, grandes, finos e relativamente agéis; sim, o mesmo dedo tão real como o mistério de tudo. Que seria eu sem eles, ou melhor, nesta mesma metáfora simbolista dos dedos, que tudo aponta sem nada o ser e sem nada ser ou de quem vem a ser, a quem se faz sempre necessário, o dedo, mas à quem seria esse (EU?), não sei ao certo, mas uma coisa é certa, eu estou esrevendo tão ágil quanto os raios solares que estão a incedir sobre minha pele e estes dedos, estes mesmos, não me dizem nada, nada a mais do que incerteza e a certeza de que é toda ela, nada.