Remorsos
Os piores momentos passaram e hoje fazem parte de um longínquo passado.
O ódio, o rancor, as mágoas, as incertezas, angustias, expectativas, esperas e tudo aquilo que fora tão marcante, hoje se resume em solitárias e opacas lembranças perdidas no tempo.
E ao nos reencontrarmos com a calma perdida e com o poder da ponderação, questionamos o que nos tenha levado àquelas atitudes, hoje... Incompreensíveis.
O que afinal era tão importante a ponto de tirar nossa paz? O que enfim nos fez desviar do caminho traçado para abandonar-nos em um emaranhado de dúvidas?
Por que não entendemos, por que não dialogamos, por que não fomos verdadeiros e não expusemos nossas fraquezas?
Por que não pedimos perdão, por que não perdoamos, por que permitimos que tudo terminasse assim?
Hoje, saboreamos o amargor do arrependimento e já conseguimos enxergar com clareza, tudo aquilo que outrora nos cegava.
Mas o relógio cumpriu sua sina e fez com que este abismo que agora nos separa se consolidasse. Sentimos o desejo de voar sobre ele, mas falta-nos a força para transpô-lo pedra por pedra.
E agora?
O que esperar da vida que não se fez?
Do destino que não se cumpriu?
Do futuro que nunca chegou?
Do amor que não aconteceu?