Inerte à realidade
Olho-me no espelho, vejo minha imagem refletida, e deixo-me levar pelos devaneios meus, volto ao passado, ignoro o presente, imagino um futuro incerto talvez...
Minha cabeça dispersa e coração vazio
olhos marejados do frescor de um vento frio
secando lágrimas teimosas, busco uma vaga esperança num espaço distante deste em que me encontro...um tanto morosa.
Quando o peito calejado não suporta tamanha a dor de não saber mais estar alheia à todo clamor que pulsa, desta alma que a tudo esmiuça, prossegue inerte em fuga.
...no meu íntimo paira àquela ilusão de viver em felicidade, ou a felicidade momentânea de se estar em uma ilusão, até que se descobre a verdade...um refúgio
realidade inglória, cheia de superficialidades.
Para o espaço a realidade!
...hoje olhando-me no espelho refletindo meu vazio, sentindo o sombrio coração, escolho viver no regaço de quimeras contadas de um doce e possível arremedo de ilusão.