Flerte
A embarcação de estranhas terras outras combina com as minhas,
Gere marinheiros atrofiados e sorrindo,
Enquanto este fogacho insípido e de sol
Queima minha pele de modo recíproco, e desmaio
Cansado na entrada de todo mês às portas de casa,
E são casas mesmo, se o perguntes,
Nestes fios anelados de ruas,
Que não me recebem, não me acenam e não me falam
Mas o que há para falar de mim, se meu coração como a ti indaga
E estufo o peito com rapina,
Olho pros lados
E corto a frente de tudo o que me quer passar à força
Eu sou a força, a desnecessária e intranquila coisa em trânsito
Deixo meu cartão no passeio público,
Pisco os olhos desajeitadamente
E morro de amores, enquanto ainda posso
Quereria beijar o mar em boca aflita,
Mas a boca me é fina
E imagino austeras as pessoas
Incontáveis que me passam, assim não me sendo o eu só
Quero também cantar doutras coisas e me faço tímido,
Que me fica vermelho o jeito,
Gaguejo na língua
E escondo tudo aquilo que a cidade não sabe
Quero calar a voz que somente me diz:
"Que não te vás por aí,
"Que não sabes de ti
E me jogar aos braços a mim lançados
Aos braços de qualquer outra senhora infeliz