Pequena ostentação
Melancolia desponta em meu ser,
Transmutando-se nós dias.
Coadjuvante de mãos dadas,
Com o efêmero tédio.
Só queria voar –
Libertar-me desde flagelo.
Entorpecendo as veias,
Com a ilusão da poesia.
Fazendo da resistência –
Um grande duelo.
Pragmática sobrevivência,
Movimento solo.
Fazendo morada a dor,
Dilacerando o ser –
Dissonante louvor,
Teimosia a resistência.
Descompassada dualidade,
Em âmbito visceral –
A mil – A imaginação.
O corpo sedentário,
Cisma em pregar peças –
Totalmente ao contrário.
Fecho os olhos,
Enxergo através do portal –
O espelho.
Posso ser –
Posso fazer –
O que desejar.
Reverberando em nostalgia,
Em sensações de vidas passadas -
Reviver as reações.
Nos passos –
Em meio à solidão,
Da paz, pequena ostentação.
Observando a paisagem,
Doce miragem –
A enfeitar o céu, as borboletas.
O amanhecer, os pássaros –
Deslumbrante alvoroço.
As pequenas alegrias,
Os cuidados com as plantas.
As flores e admiração,
No amor próprio -
Às vezes, até cedo egoísmo,
Suavidade de lirismo.
Se nada for do meu jeito,
Retraio-me a ilusão.
Batimentos acelerados –
Dentro do peito,
Transcendo-me em liberdade.
Simultaneamente presa,
Por inóspita realidade –
A qual não me sacia.
Ponderação de realizações,
Momentos de nostalgia.
***
Blog Poesia Translúcida