Languidez
E as tardes, assim repentinamente, se tornaram intermináveis...
Talvez a vida parasse, observando a languidez do vazio,
Onde e quando o olhar não mais vislumbrasse o horizonte,
Apenas perdendo-se em um imenso rebuscado de recordações...
O peito não mais doía. Havia acostumado-se com a dor.
Da paixão que ontem ardia, hoje restavam só cinzas.
O vento sopraria e as elevaria aos céus.
O tempo se encarregaria em trazê-las de volta ao chão, como chuva fria...
As promessas de amor, não se cumpriram. Esmoreceram...
Talvez tivessem acontecido no calor do momento
E não tivessem substância e verdade suficiente para sobreviverem.
Assim, apenas esperam o anoitecer, para se realizarem nos sonhos.
Os corpos não mais mesclam seus calores. As almas se desconhecem.
As expectativas de um amanhã que nunca virá, persistem na mente.
Os ponteiros do relógio rodopiam ao som da mesma música,
E passam pelos mesmos caminhos, como se desprezando o tempo.
O entardecer, persiste...