O POETA ATEU ---- (Smirnoffochi Abravatanda)

Agora estou seguro,

Agora estou liberto.

Sou a tocha acesa no escuro

Sobre a origem do Universo.

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Meu canto é de grande maestria

De uma casual cadência.

Pois toda essa cósmica harmonia

Não passa de uma mera coincidência.

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Nas veias a Ciência é o meu sangue.

Estou entre os céticos, os seguros e os sábios.

Desde quando aprendi sobre o Grande Bangue,

Passei a confessá-lo com meus lábios.

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Descobri que os seios que amamentam

Não indicam que há uma mãe por detrás.

Percebi que até os pensamentos, que em minha mente se sustentam,

Não me levam à conclusão de que há um pensador por trás.

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Nada me convence de que tudo não tenha vindo do “Nada”.

A vida é uma grande lavagem cerebral e o cérebro é outra ilusão.

Nada me convence da diferença entre o viajante e a estrada,

Estou seguro de que tudo que há... é o Nada; e de que o Tudo... é ilusão.

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Da série: “Minha causa é crer que eu não existo com Causa”

(NOTA: neste texto existe ironia com Causa.)