Distúrbio Algoz

A dor em algazarra se apresenta fazendo firulas, desconfigurando o pensamento, segundos, minutos, horas de tormento, e o problema é sempre de quem perde a paciência.

Tanta fraqueza esférica numa mente, permite que a dor vá embora mas retorne, e perfurante corte as ideias que por instantes se estabilizam.

Pulsando lá está ela persistente, bloqueando os neurônios para não cumprir sua jornada de eventos, insultando as ondas intelectuais que apenas tentam sem sucesso, surfar na cabeça.

Peleja de dimensão profunda, todo insucesso parece resultar nela, que se apropria de todo corpo para acentuar a fragilidade do sujeito.

A culpa é de quem vive, vive da culpa quem pensa, pensa e não mais aguenta se revirar de dor toda hora, e de prontidão ela não colabora, neste instante o sujeito chora e implora para ela partir.

A loucura é generalizada, droga não faz mais efeito, porém ignora a dor já existente e de drágea em drágea outra dor vai surgindo sem nenhum remoço.

Maltrata os sintomas, maltrata a causa e sem diagnóstico que convença prolifera a angustia, dor que aflige e não se assume, só aponta a seta na direção de quem sente.

Densa, insensível enxaqueca, que já já passa e deixa um silêncio continuado na alma de quem se minimiza na dor e sai dela atordoado, frágil e demente.

Devastada a saúde mental se torna anormal, enquanto isso a vida vai sendo fracionada com princípios, meios e talvez fins, visto que não se programa a dor.

Ainda assim, pega-la de surpresa e virar o jogo é um trunfo bastante eficiente, e quer queira quer não se a dor é indiferente, também pode ser feliz quem sente e por méritos próprios vence.

CarlaBezerra

Divina Flor
Enviado por Divina Flor em 20/02/2022
Código do texto: T7456675
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