Febre alucinógena

Repugnante –

Esta linha tênue invisível,

Muitas das vezes berrantes –

Entre o poder aquisitivo,

E a quem é apenas mais um –

Perante a sociedade.

Neste insano jogo,

Onde a ganância dá as cartas.

Manipulação e rendição,

Caminham de mãos dadas.

O descaso –

O preconceito –

O racismo –

Ecoando à mercê,

Dos menos favorecidos.

Sujeitos à violência,

Tragédias diárias.

Sem o menor senso –

Do amparo.

O sentimento –

Esfria na alma,

Incontido desespero.

Morro ladeira abaixo,

Levando embora –

Tudo o que se tem,

(Não é muito, a dignidade).

Crimes bárbaros –

À luz do dia.

Antes realizados na surdina,

Escancarado sob o sol.

Jogados nas mídias sociais,

Ao vivo em meio à multidão.

Para quem desejar ver,

Outro corpo ao chão.

Culpado ou não,

Julgado por sua aparência -

Indivíduo maltrapilho,

Criando suspeita.

O dedo no gatilho,

Gerando comoção –

Só queria garantir o pão.

Corpos vilipendiados,

O massacre em todas as esferas.

Nomenclatura da desigualdade,

Na maioria, tachada como fatalidade.

O ser – O estar –

Na hora errada -

No momento impróprio –

Será que atingimos o menor nível,

Rebaixados à nada?

A psicopatia é generalizada,

Sem nos importarmos, um pouco,

Com a vida alheia.

Não basta sermos humanos,

Também é necessário:

Que sejamos cruéis?

O comportamento inescrupulosos,

Copiando de governantes –

Nesse febre alucinógena do mito.

Infelizmente, emburrecendo seguidores,

Perdendo totalmente –

A noção da realidade.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 18/02/2022
Código do texto: T7454916
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