Febre alucinógena
Repugnante –
Esta linha tênue invisível,
Muitas das vezes berrantes –
Entre o poder aquisitivo,
E a quem é apenas mais um –
Perante a sociedade.
Neste insano jogo,
Onde a ganância dá as cartas.
Manipulação e rendição,
Caminham de mãos dadas.
O descaso –
O preconceito –
O racismo –
Ecoando à mercê,
Dos menos favorecidos.
Sujeitos à violência,
Tragédias diárias.
Sem o menor senso –
Do amparo.
O sentimento –
Esfria na alma,
Incontido desespero.
Morro ladeira abaixo,
Levando embora –
Tudo o que se tem,
(Não é muito, a dignidade).
Crimes bárbaros –
À luz do dia.
Antes realizados na surdina,
Escancarado sob o sol.
Jogados nas mídias sociais,
Ao vivo em meio à multidão.
Para quem desejar ver,
Outro corpo ao chão.
Culpado ou não,
Julgado por sua aparência -
Indivíduo maltrapilho,
Criando suspeita.
O dedo no gatilho,
Gerando comoção –
Só queria garantir o pão.
Corpos vilipendiados,
O massacre em todas as esferas.
Nomenclatura da desigualdade,
Na maioria, tachada como fatalidade.
O ser – O estar –
Na hora errada -
No momento impróprio –
Será que atingimos o menor nível,
Rebaixados à nada?
A psicopatia é generalizada,
Sem nos importarmos, um pouco,
Com a vida alheia.
Não basta sermos humanos,
Também é necessário:
Que sejamos cruéis?
O comportamento inescrupulosos,
Copiando de governantes –
Nesse febre alucinógena do mito.
Infelizmente, emburrecendo seguidores,
Perdendo totalmente –
A noção da realidade.
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