Horas Ciganas

Nas águas do lago as nuvens se olham no espelho, se agrupam e se formam simplesmente belas. Os seus flocos de algodão doce, com o sabor de sorrisos só de olhar causa vontade de tocar. A vontade é tão grande de acariciar, como quando vemos os flocos de lãs nas ovelhas macios, como as pétalas aveludadas das flores despertando no alvorecer. Assim deixam as nuvens o céu enfeitado.

Ao lado do lago uma moldura de pinheiros tentando as nuvens alcançar, talvez para se aproximar do céu e se movimentar de um lado para outro. Só de olhar quero me escorar no tronco dos pinheiros transmitem a força da natureza que impera.

Aos pés dos pinheiros um gramado perfeito mostra que no quadro silencioso, tudo é meticulosamente caprichado. Um tapete verde tão lindo poderia ser um ótimo lugar para a Poesia se deitar, ficar assim pausada velejando nos braços das nuvens.

No ar todo um aroma dos pinheiros exala, o vento andarilho espalha o perfume que até apenas olhando pode se sentir. Um perfume delicado que nos torna como o vento viajantes clandestinos em seu aroma.

Ao planeta com seus recantos escondidos, mas tão visível na pausa das horas ciganas.