Seguimos
Seguimos desviando,
... num malabarismo tremendo
Dando golpes em ponta de faca
nos ferindo, no amargo sabor do descontentamento
... no semblante caído, pouco à pouco nos abstendo, anuindo
E vamos seguindo tomando tantas pancadas, que a alma já não reage, por estar anestesiada
Seguimos, nos contraíndo, sempre firmes no combate, suportando as duras cargas, que arrastamos pelas mãos calejadas.
...Tem momentos que chegamos ao cúmulo de não sabermos mais quem somos, pra onde olhar e pra onde seguir, mas continuamos, seguindo, ludibriando as artimanhas encontradas pelo caminho...
Seguimos tentando enganar a nós mesmos, de que somos fortes o tempo inteiro
Seguimos ora lambendo as feridas, ora tocando e reabrindo cicatrizes antigas.
...ainda que mesmo surpreendidos pela crueza e nada poética trajetória, galgamos nossos passos, tentando barganhar com escolhas frustradas, esquivando-nos...
como se fosse possível, à revelia, como se fosse possível viver neste parnaso sem poesia
... e copiosamente somos impelidos pelos ventos, almas sequiosas em busca de salvação... Seguimos em frente, apáticos...
mesmo tendo a vida de nós esvaindo...
Continuamos seguindo