Duro sistema
A realidade anestesia os sonhos,
Os devaneios vem destoar –
Infinitas correntezas.
Carregadas –
Dilacerando a carne.
Turvando a visão,
De pedra o coração.
Atormentam os fantasmas,
Tomando forma de injustiças.
Pesa a cabeça - Atordoados –
Sem sabermos –
Para onde seguiremos,
No desmantelo –
Por onde fica o zelo?
Quais caminhos -
A percorrer ainda,
Nas incertezas de infortúnios?
Ventos devastadores,
Piores do que as tempestades –
Em nossos interiores.
Aprendendo a lidar –
Com o fogo amigo,
A falsidade que nos cerca.
As tormentas –
Os furações –
Distanciando dos objetivos.
De joelhos –
O clamor em preces,
Afim de não perdermos o foco.
O duro sistema,
Transformando-nos –
Em seres rastejantes.
Fazendo-nos:
De muletas –
De tipoias –
Em joguetes sórdidos,
Trapaças.
Quem é que se perde –
Em meio a desgraça?
Tudo se torna inútil –
Nos entremeios da banalização.
Fora do estado da graça,
Contextualização.
Castelos de cartas marcadas,
Um momento,
Cairão por terra –
O que for de mais concreto.
Ninguém nasceu para ser eterno,
Algum dia -
Transmutara-se-a a matéria.
Na falta de consciência,
Constante desafio -
Em desatino.
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