Duro sistema

A realidade anestesia os sonhos,

Os devaneios vem destoar –

Infinitas correntezas.

Carregadas –

Dilacerando a carne.

Turvando a visão,

De pedra o coração.

Atormentam os fantasmas,

Tomando forma de injustiças.

Pesa a cabeça - Atordoados –

Sem sabermos –

Para onde seguiremos,

No desmantelo –

Por onde fica o zelo?

Quais caminhos -

A percorrer ainda,

Nas incertezas de infortúnios?

Ventos devastadores,

Piores do que as tempestades –

Em nossos interiores.

Aprendendo a lidar –

Com o fogo amigo,

A falsidade que nos cerca.

As tormentas –

Os furações –

Distanciando dos objetivos.

De joelhos –

O clamor em preces,

Afim de não perdermos o foco.

O duro sistema,

Transformando-nos –

Em seres rastejantes.

Fazendo-nos:

De muletas –

De tipoias –

Em joguetes sórdidos,

Trapaças.

Quem é que se perde –

Em meio a desgraça?

Tudo se torna inútil –

Nos entremeios da banalização.

Fora do estado da graça,

Contextualização.

Castelos de cartas marcadas,

Um momento,

Cairão por terra –

O que for de mais concreto.

Ninguém nasceu para ser eterno,

Algum dia -

Transmutara-se-a a matéria.

Na falta de consciência,

Constante desafio -

Em desatino.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 17/02/2022
Código do texto: T7454369
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