Transmutação em letras

Um dia sem escrever,

É como se não existisse –

Refaço-me em letras.

O papel é a melhor companhia,

Tem paciência para os desabafos –

Imprevisíveis delírios.

Envolvo-o –

Com os segredos e aventuras,

Neste mundo –

Repleto de desventuras.

Transfigura-se no melhor amigo,

Transveste-se de desejos,

Em sua alquimia –

Fazendo irradiar a poesia.

O versejar –

Alucinante de meus dedos.

Incandescente –

Da mente febril e inquieta.

Doces aventuras –

Como fruta saborosa,

Sinto ao paladar.

O aroma do verde,

O flamejar das matas.

As flores –

A saltitarem em meu olhar,

Delirantes sensações.

Entorpecer –

Entregar-me –

Não há como.

Embriaga-me –

Em reações.

Desconexa com a realidade:

Cinzenta –

Repleta de concreto e asfalto.

Recrio universos paralelos,

Desejosas dimensões.

A Natureza –

Empoderada e majestosa,

O ensejo da realização.

Pura magia,

Reverberando pela essência.

Refazendo-se em meus sentidos,

Presenteando-me –

Com o mais simples e espetacular,

De toda uma existência –

A vida.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 17/02/2022
Reeditado em 17/02/2022
Código do texto: T7454157
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