Transmutação em letras
Um dia sem escrever,
É como se não existisse –
Refaço-me em letras.
O papel é a melhor companhia,
Tem paciência para os desabafos –
Imprevisíveis delírios.
Envolvo-o –
Com os segredos e aventuras,
Neste mundo –
Repleto de desventuras.
Transfigura-se no melhor amigo,
Transveste-se de desejos,
Em sua alquimia –
Fazendo irradiar a poesia.
O versejar –
Alucinante de meus dedos.
Incandescente –
Da mente febril e inquieta.
Doces aventuras –
Como fruta saborosa,
Sinto ao paladar.
O aroma do verde,
O flamejar das matas.
As flores –
A saltitarem em meu olhar,
Delirantes sensações.
Entorpecer –
Entregar-me –
Não há como.
Embriaga-me –
Em reações.
Desconexa com a realidade:
Cinzenta –
Repleta de concreto e asfalto.
Recrio universos paralelos,
Desejosas dimensões.
A Natureza –
Empoderada e majestosa,
O ensejo da realização.
Pura magia,
Reverberando pela essência.
Refazendo-se em meus sentidos,
Presenteando-me –
Com o mais simples e espetacular,
De toda uma existência –
A vida.
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