(a) mar
É inevitável...
Não ouso nem mesmo tentar,
Tua boca, teu gosto, teu toque
Ainda consigo lembrar...
E na cadência da melodia
Vou sentindo dia após dia
Minha memória se dissipar
Já não são os dias de outrora
Quando a chuva caía lá fora
E a alma teimava em chorar.
Já não faz nem mesmo sentido
Promessas ao pé do ouvido
Que em tempo a dor há de passar
Não espero nem mesmo respostas
De quem me virou as costas
E me impediu de voar.
Não quero negar perdão
Nem mesmo pedir em vão
A quem não vai escutar
A dor já fez sua morada
E agora no meio da estrada
Me vejo tão devastada
Que me recuso a sonhar...
Ela permanece calada
A mente que era ocupada
Não ousa dizer mais nada
Tornou-se seu próprio (a) mar.