(a) mar

É inevitável...

Não ouso nem mesmo tentar,

Tua boca, teu gosto, teu toque

Ainda consigo lembrar...

E na cadência da melodia

Vou sentindo dia após dia

Minha memória se dissipar

Já não são os dias de outrora

Quando a chuva caía lá fora

E a alma teimava em chorar.

Já não faz nem mesmo sentido

Promessas ao pé do ouvido

Que em tempo a dor há de passar

Não espero nem mesmo respostas

De quem me virou as costas

E me impediu de voar.

Não quero negar perdão

Nem mesmo pedir em vão

A quem não vai escutar

A dor já fez sua morada

E agora no meio da estrada

Me vejo tão devastada

Que me recuso a sonhar...

Ela permanece calada

A mente que era ocupada

Não ousa dizer mais nada

Tornou-se seu próprio (a) mar.

Isabel Cristina Oller
Enviado por Isabel Cristina Oller em 15/02/2022
Código do texto: T7452432
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