Respiro da minh'alma
Papel e caneta nas mãos. Chegou a hora de colocar para fora esse turbilhão aqui de dentro.
Uns chamam de dom, outros de criatividade. Eu chamo de aconchego, faço dos meus pensamentos minha arte. É como se a caneta seguisse um caminho conhecido, já traçado, tipo aqueles trabalhinhos de escola em que tínhamos que formar palavras acompanhando o pontilhado.
É o respiro da minh'alma. O momento em que ela senta num balanço preso por uma corda frágil, bem perto do precipício.
Aquele misto de liberdade, adrenalina, medo e frio na barriga, sabendo que aquele pode ser seu último impulso. A corda pode arrebentar, você ser engolido por aquele buraco e nunca mais acharem seu corpo. Mas também pode ser um impulso que te dá a sensação mais gostosa do mundo.
Seus pés não tocam o chão, você se sente livre como um pássaro... como se você tivesse asas e voasse, vendo tudo pequenininho lá embaixo.
Não tenho roteiro, não tenho tema predefinido. Meus textos são como meus dias, nunca sei como vão começar, nem como vão terminar.
Às vezes é um pedido de socorro. Às vezes faço dos meus sonhos um conto. Descobri que sou melhor com as palavras, colocando tudo aqui, do que com pessoas, que você compartilha suas angústias e depois elas espalham por aí ( sim, foi uma alfinetada📍).
Os textos nunca me decepcionam. Já as pessoas, não posso falar o mesmo.
Deve ser por isso que S.O.S também se escreve "sós".
Sozinha. Na minha. Eu, meu papel, minha caneta e minh'alma no balanço
Autora: Carla Fernandes