Feridas na alma
De repente, o som –
Nefasto e ensurdecedor,
Quebra o silêncio –
Doses homeopáticas,
Ou letal de arsênio.
Alta madrugada,
Lamentos de dor –
Expressões de pavor.
Estampidos aleatórios,
Provocam a ansiedade.
Respirações ofegantes,
Vidas em perigo -
No estardalhaço dos vis.
A quem compete –
Essa fatalidade?
Frágeis moradores,
O ir e vir da labuta,
Ressachardo –
Andar mecânico,
Apressado.
Constante luta,
No trajeto de casa.
Corpos acuados,
Em busca de melhor proteção.
Chorando estão as crianças,
Assustadas –
Pelo barulho –
Amedrontadas.
Assim como os animais indefesos,
Incapazes de viver em cruel condição,
Impondo o poder da coação.
Pela igualdade de sobrevivência,
Abastecendo-nos de resiliência.
As cicatrizes – Feridas na alma,
Desgastante fonte –
Minando – A saúde mental.
A cada segundo, imparcial,
O momento crucial.
Reverberando –
Tirando o sossego.
Antes o adormecer tranquilo,
Dá lugar à inquietude -
Mais um conflito.
O povo faminto,
Entre gritos e disparos –
Dura realidade.
Um uníssono pedido,
Que a paz venha reinar,
Entre os aflitos.
Para os cidadãos de bem:
A proteção.
Quem irá nos proteger,
No cessar do fogo cruzado?
Quem é o inimigo –
No arrefecer da dualidade?
Jogadas na mídia,
As inverdades.
Procurando a coexistência –
Do raciocínio,
Alto grau de discernimento.
Aonde estaremos –
No próximo momento?
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