Filha das dunas

Onde o tempo não é tempo

Ele não corre , mas a areia escorre por entre os dedos

Num entrelaçar de sonhos, pensamentos e passos

Silencio na imensidão, céu, espaço

Pôr do sol de mais um dia que se foi

Caminho , a passos lentos, me desfaço

Como os grãos de areia, que o vento leva

lentamente

Sem pensar, só fluir, minha alma espera

O dia que entenderá que existe

Eternamente

Perdura a respiração que é constante

Do deserto, sou filha, das dunas habitante

Estelar em poeira feito brilho

Sou o universo inteiro a criar

Cada galáxia, em cada giro

Volto em mim, volto a soar

Como canção que harmoniza a tudo

Fluo, rodopio, me calo, um som mudo

Com um sorriso de um simples

Ser

Eterno, etéreo, desnudo

Despido em encanto do que é

Resta apenas a partícula a rodopiar pelo céu

Flutuando como uma pena, sem pena a dançar

Movimentos de quem é testemunha, é acontecimento, é réu

E assim, como areia eu mudo

Sou o ar, sou o vento, movimento,

sou tudo

o que fica e o que restou

A areia da ampulheta do tempo

Que no deserto seu som ecoou.

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 09/02/2022
Reeditado em 09/02/2022
Código do texto: T7448534
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