Egrégora capitalista
Insistentes obstáculos,
Seguidos são o amanhecer.
Até quando Deus quiser,
Ou na eminência –
Da obscuridade.
Quase sempre,
Pega-nos de surpresa.
Não há nenhum sinal –
Tsunami arrasa com tudo,
Levando planos e sonhos.
Estraçalhando o que encontra –
Pelos labirintos,
Largas estradas.
Ouço gritos,
Cachorros latindo,
Às vezes, ou quase sempre,
Os estampidos –
E não são fogos de artifícios,
Em plena luz do dia.
Qual será o futuro,
Que ali na frente ou não,
Aguarda-nos?
Arrastando-nos feito zumbis,
Na tentativa de falar –
Na truculência –
Somos calados.
Ao levante –
Ecoando os sussurros,
Punhos fechados no alto.
Não importa a cor da nossa pele,
Clamamos por igualdade –
De justiça.
Essa História –
Não é somente de agora.
Sopra aos ouvidos –
Oriundos da ancestralidade.
Negros e indígenas –
Desde o início, açoitados.
Não podemos permitir –
Tal crueldade.
Mudaram os tempos –
São outros.
As vozes devem ser ouvidas,
Posicionando-se –
Contra as injustiças.
Todos têm a sua trajetória,
E nenhuma linha –
Deve ser apagada.
Os registros –
Devem e precisam existir.
Haverão futuras gerações,
No presente –
Caminhando para o holocausto.
Crimes cometidos –
Amplamente,
Não podemos permitir.
O nosso lugar,
Queremos por direito.
No meio dessa egrégora,
Capitalista e autoritária.
***
**
Blog Poesia Translúcida