Vestida de nus ....
Estraí lá do fundo a coragem. Sangrenta, doída, amarga que fel.
Glamour e poesia, cores e tintas, risos e dançares, até então, meus passaportes para a liberdade tinham perdido o brilho. Gostava de me ver ensaiando voos com eles, no quente da emoção inté céus atravessar...
Por quê não me seduziam mais?
Ou fui eu quem perdeu a singeleza quando deixei de trilhar o caminho das borboletas azuis, que vivem uma semana, mas com a intensa beleza duma eternidade.
Há um estranho gosto em minha boca o me descobrir vestida de nus..
Da pele, nem que eu quisesse conseguiria retirar essa nudeza de crueza descolorida, muda, ácida.
Tento não asilar meus sentimentos em desertos que me esfinjam, os rios secos cobrir de folhas as nascentes para que possam ressuscitar de vez em quando.
Nada adianta.
Para doer menos, deito à sepultura, sentires.
Amares sonhares, explosivos, intensos. Todos eles, os segredo à terra das minhas agonias.
Que insepultos dentro de mim, vivam. Doidos para explodirem em emoções, me tentem.
Sepultos para o mundo hão de permanecer, porque me falta a gota d'água, me falta o sol sobre a terra para os florescer.
Talvez, a paz seja o deixar-me tocar pelos silêncios e acender a pele dos meus desertos. O estar só comigo mesma.
Quiçá, livre enfim, seja.
Ah, mas como dói essa tal de liberdade.
Meditation from Thays - Gheorghe Zamfir
(*) Imagem: Pinterest