O VAZIO GRITANTE DA ALMA

Não sei o que se passa comigo, estou morrendo ou já morri. Minha ansiedade anda a flor da pele e já não consigo mais sorrir. O clima quente ferve meus neurônios e me deixa a ponto de explodir, não quero desistir mas já desistindo, pergunto, chegou a hora de ir?

Não estou escrevendo a procura de sentido, estou desabafando para mim, já que meus lábios serrados não me deixam discutir. Tudo o que estou sentindo é consequência de tudo o que eu já vivi e, foi tão pouco até agora, mas com uma carga negativa que me afeta até a alma. Estou surtando e também delirando, me pergunto, minha sanidade está se esvaindo?

Não estou sendo egoísta, estou atolada em sentimentos, uma raiva tamanha que me deixa amargurada até quando faço algo que gosto e eu já nem sei se ainda tenho apreço por alguma coisa viva ou simples.

Estou com raiva de tudo e de todos, qualquer coisa me tira do sério, me deixa emburrada. Me tornei uma bomba relógio. Não sinto vontade de nada além de dormir. Dormir me faz ter a sensação de não existir e, não existir é a única coisa que ainda tenho estima. Estou me prendendo quase que por querer, estou sempre pensativa, absorvida, abstraída, alheada, distraída, desatenta, desconcentrada, imersa, ausente, distante, alienada. Qualquer coisa fora de mim, habito.

Já tive tantos momentos em que já quis desistir de tudo e de todos, mas esse vazio gritante de agora, me faz tremer. Quando acordo, sinto todo o meu corpo enrijecer, a barriga, sempre doendo e, o coração sempre a mil. O meu coração não bate mais de um jeito calmo, há sempre a sensação de que pulei de um penhasco, que corri uma maratona, que voei de asa-delta.

Ando namorando o viaduto perto da parada de ônibus, a grade de proteção parece tão sem estrutura que chega a balançar, eu sinto a vibração quando passo por ela. Tem fitas amarelas amarradas em várias partes, que também balançam com o vento, mas não tenho tamanha coragem, seria tão egoísta com as outras pessoas, até as pessoas que eu já desisti e as que desistiram de mim. E ainda assim estou sendo egoísta comigo.

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"II Prêmio Literário de Direitos Humanos Prof. Eduardo C.B Brittar" promovido pelo Terceira Margem - Grupo de Pesquisa em Filosofia, Literatura e Direitos Humanos da Faculdade de Direito da UFMT.

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Mikaela Alves
Enviado por Mikaela Alves em 07/02/2022
Reeditado em 07/02/2022
Código do texto: T7446747
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