Apenas saudade II
Hoje é um daqueles dias...
Que nem sei mensurar
Talvez eu não saiba explicar
Talvez seja a saudade que veio se aconchegar.
Depois de tanta tensão
Depois de um sonho que me fez lembrar da partida sem aviso prévio de pessoas tão queridas...
Em meu sonho não havia saudade
Estávamos todos juntos de verdade
Em nossa vida cotidiana como era antes.
Depois de sobressalto
Percebi a realidade
Nada do que senti era de verdade
Nada mais que sonho, nada mais...
Algo tão bom...aquela sensação de paz que escapoliu pelas minhas mãos.
O que fez-me pensar...
Tudo é tão momentâneo, temos a ânsia de eternizar cada vínculo, cada sentimento, cada presença, queremos reter nas mãos o tempo, pra que ele não passe, ou que ande devagar, mas ele é tão implacável em se apressar.
E eu aqui...sei lá
Sinto-me vazia, ancorada a nada
Sinto-me quebrada, melancólica, nostálgica
Sem ter o que fazer, e nem saber o que esperar.
Apenas um vazio infinito no peito, a lembrança, o cheiro, o último sorriso, o último beijo, aquele abraço que deixou de ser dado por aqueles que foram, viraram um sonho distante, que seguiram para não mais voltar.
E no peito algo indelével que não se pode explicar
E na alma um grande pesar, uma peça solta, mutilada, um infinito de lembranças que vez ou outra como neste dia vem me visitar.