Instintos primitivos
As flores –
Os sonhos –
Anseios de uma vida perfeita,
Será que a possuo?
Nesta realidade –
Outra dimensão –
Imperfeita.
No jardim da alma:
Plantando-os –
Regando-os –
A cada amanhecer.
Não sei até que dia,
Receberei esta graça –
Presenteando-me –
Com os raios de sol,
Também o calor.
Guiando-me –
O girassol.
Acredito –
Ainda tem muito a ser escrito:
Desvendando os mistérios,
Hipnotizando os incrédulos.
A ponta da caneta,
É a maior arma.
Desenhando letras,
Realizando a revolução –
Contra a ignorância,
Esta é a maior ânsia.
Não importa,
Quem está certo –
Ou errado.
É necessário um consenso,
Para a existência –
Para a coexistência,
Realmente humanizada.
Seres humanos –
Por sermos racionais.
Ao mesmo tempo,
Na involução –
Dos instintos primitivos.
O que nos acerca,
Em tempos atuais.
Pensamentos mesquinhos,
Uns querendo ser mais –
Do que os outros.
Fomentando o desejo,
No tom da pele.
A minoria subjugada,
Na maldade subverniente -
Sem o poder de escolha.
Por raciocínios banais,
Sem alguma lógica,
No igual lugar na cadeia –
Do genocídio.
Não importa a melanina ou não,
Sentenciados –
Por uma sociedade esdrúxula.
Sem o menor respaldo na solidariedade,
Sem o senso comum da dignidade.
O tiro vem certeiro –
Tratado com naturalidade.
Outra vez:
Sem a intenção de matar –
A fatalidade.
A justiça?
Reveja as suas leis covardes,
Três disparos à queima roupa,
Confundindo-se –
Está foi a desculpa,
Do cidadão acima de qualquer suspeita.
O perigo nós ronda –
Caminha ao nosso lado,
A nossa sombra,
Mirando-nos à espreita.
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