Instintos primitivos

As flores –

Os sonhos –

Anseios de uma vida perfeita,

Será que a possuo?

Nesta realidade –

Outra dimensão –

Imperfeita.

No jardim da alma:

Plantando-os –

Regando-os –

A cada amanhecer.

Não sei até que dia,

Receberei esta graça –

Presenteando-me –

Com os raios de sol,

Também o calor.

Guiando-me –

O girassol.

Acredito –

Ainda tem muito a ser escrito:

Desvendando os mistérios,

Hipnotizando os incrédulos.

A ponta da caneta,

É a maior arma.

Desenhando letras,

Realizando a revolução –

Contra a ignorância,

Esta é a maior ânsia.

Não importa,

Quem está certo –

Ou errado.

É necessário um consenso,

Para a existência –

Para a coexistência,

Realmente humanizada.

Seres humanos –

Por sermos racionais.

Ao mesmo tempo,

Na involução –

Dos instintos primitivos.

O que nos acerca,

Em tempos atuais.

Pensamentos mesquinhos,

Uns querendo ser mais –

Do que os outros.

Fomentando o desejo,

No tom da pele.

A minoria subjugada,

Na maldade subverniente -

Sem o poder de escolha.

Por raciocínios banais,

Sem alguma lógica,

No igual lugar na cadeia –

Do genocídio.

Não importa a melanina ou não,

Sentenciados –

Por uma sociedade esdrúxula.

Sem o menor respaldo na solidariedade,

Sem o senso comum da dignidade.

O tiro vem certeiro –

Tratado com naturalidade.

Outra vez:

Sem a intenção de matar –

A fatalidade.

A justiça?

Reveja as suas leis covardes,

Três disparos à queima roupa,

Confundindo-se –

Está foi a desculpa,

Do cidadão acima de qualquer suspeita.

O perigo nós ronda –

Caminha ao nosso lado,

A nossa sombra,

Mirando-nos à espreita.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 06/02/2022
Código do texto: T7445982
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