O Trabalho Pronto
As palavras me sublimam. Vivo o afã à rendição gloriosa, a submissão à força sublime delas. Me diluo em meio a tecelagem da narrativa. Terra da manufatura Divina.
Impossível trabalho a quatro mãos. Há a presença soberana do Eu Sou, que é percebido no trajeto da saturação das palavras, estampando a formação da intenção do corpo do texto, do organismo da poesia apresentada, da prosa, do conto. Vistos, ao final, pela visão da alma que porto, a intimidade d`eu mesma na interação com o mundo.
Como o trabalho no conjunto, visto na totalidade. Do ferreiro, de posse do martelo moldando o trabalho, da bigorna, e do ferro sobre ela, depois de ter sido aquecido no fogo.
É imexível a condição primeira do ser que porto, esta que partilho comigo mesma na exteriorização das palavras .
Não pelo que do exterior emerge, mas pela presença ausência do que sou, aquele lado pleno, a experiência subjetiva que é sentida por mim na prática da escrita.
Nem o ferreiro, nem o ferro, nem a bigorna, nem o martelo, nem o fogo... o que fui na execução da obra.