A LUA E EU
Sempre preferi o brilho a explosão das cores, deve ser por isso que amo tanto a lua.
Ambas gostamos do silêncio da noite, mas nem por isso deixamos de apreciar a beleza do amanhecer.
As cores do céu não influenciam em suas fases, nem tão pouco o brilho das estrelas ofuscam a sua luz, embora muitas vezes pareça apática em meio a toda sua monocromia, sua solitude jamais deixou um poeta sequer sem inspiração.
Ah! Temos tanto em comum que chego a pensar que somos um único corpo em formas diferente de vida.
Nossa intensidade oscila entre uma aparição magistral a uma vasta e negra noite sem um resquício de luminosidade.
Entre colinas e vales, mares e florestas a lua se exibe, sem pressa, deixando-se penetrar em cada pedaço de vida que lhe permite aconchego, e depois se vai, exalando saudades.
Eu diria que a magnitude do luar não está contida na beleza que carrega, mas sim, no silêncio que abriga sua essência.
Por muitos, despercebida ela passa, mas nunca aos olhos atentos de quem encherga com o coração.