Manipulação abstrata
A revolta impregnada em nossos corpos,
Clama por uma justiça que não acontece.
Entra ano e sai ano –
São sempre as mesmas coisas,
Iguais planos.
Na polidez de lamentos,
Do escárnio ao sacrifício.
Juventude perdida,
Na insatisfação que levam as suas vidas.
Aos que aqui ficam:
Dor e sofrimento –
Martírio sem fim.
Marcas de um governo corrupto,
Falta de compaixão com os demais.
De modo cruel –
Impondo uma assinatura surreal,
A fogo – Queimando a carne.
Flagelados – Humilhando-se –
Por resquícios de dignidade.
Eles te oferecem a cura pela igreja,
Tudo forjado - Está não vem -
Mas não te dão o básico.
Emprego – Moradia – Alimentação –
Tornam-se palavras malditas,
Em seus vocabulários.
Ao pobre -
Nenhum direito a evolução humana.
Enxergados como zumbis,
Usados como trampolins –
Vagando de um lado para o outro.
Como sardinhas dentro de latas,
Transportes que não valem de nada.
Argumentos forjados para nos manter,
Invisíveis cárceres –
Na mente a prisão.
Ilusões de liberdade –
Mera formalidade,
São os cadeados.
Palavras vazias:
Não levam para lugar nenhum.
O ódio:
Colocando-nos no espaço comum.
A manipulação,
O esporte preferido –
Maquiando uma realidade que não existe,
Fomentando prazeres egoístas.
Aos menos favorecidos,
Nenhuma condição.
As atitudes não condiz com a verdade,
Olhares incrédulos,
Em frente ao espelho –
A pose (o ódio) narcisista.
É necessário que haja –
Uma luz no fim do túnel.
Uma razão pelo o qual –
Nunca se desista.
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