POETAS:
Afinal, quem somos nós?
Somos um bando de incorrigíveis sonhadores,
artífices ilusionistas da poesia.
Que ao invés de aceitar a vida dura e azeda,
como ela é e a todos se apresenta
Ficamos irresponsavelmente,
por aí a inventar poções e elixires, milagrosos em versos!
Capazes de, se não fazerem sumir de pronto,
todas as dores e mal quereres deste mundo
certamente atenuarão seus efeitos,
abrindo um arco íris, de possibilidades e novos horizontes!
Porque somos juntados devaneadores,
advindos de um longínquo além
Que veem além, do olhar e do alcance,
o que poucos, enxergam a um palmo...
Bastando ter em mãos, um pedaço de papel pardo,
um lápis desgastado ou um toco giz colorido
Mas se não..., um pedaço de graveto seco
pra riscar no chão pueril avermelhado, já servirá
E dali... A partir daquela simplória e poética lousa natural,
rabiscará como maluco do bem, até sair um poema seu!
Posto que somos aloprados e prestidigitadores,
cuja alma não para, um segundo...
Zanzando pra lá e pra cá,
indo numa fração de tempo,
às bordas do céu!
Rimando, rumando ao infinito, num quarto ter com a lua
e toda jerarquia de estrelas, astros e planetóides!
Pra se abastecerem de mais sonhos,
...mais motivos pra convencerem, aos homens
Fofocando coisas da terra...
Esse nosso planeta verde-azul,
que aceleradamente se acinzenta
e que parece ter desaprendido, ser feliz!
Porquanto somos alquimistas fanáticos,
sem noção, e dados a magia solene das coisas
Mas só, às coisas ditadas pela Entidade,
Máxima e Suprema desse ainda, lindo Universo!
Que mais que todos
(e para tanto, nem nosso dileto clã têm uma explicação)
Acreditando ELE, que ainda tenha jeito
essa Sua casta, falha, nefasta, perversa e humana!
Que ainda estes, não atentaram-se das Graças
da parte Daquele que nos Fez!
E como somos uma hoste de romanescos,
românticos e ingênuos por excelência
perdemos nosso tempo, que é exíguo, raro e valioso,
interminável, sempre dissonante com o mal
para rabiscar as mazelas desse mundo.
...colar, retocar e repintar suas arestas, toscas e trincadas!
Dando novos ares de vida, para que Deus
não se zangue tanto, com sua prole ingrata
Pelo que seu (nosso) egoísmo, orgulho e desamor
empenha-se, por tentar destruir a tudo
sem mais, sem menos e sem "por quês"...