Jogos de interesses

Em queda livre,

Caindo em imenso buraco –

Sem fim.

Guerras modernas –

Trapaças –

Malefícios de uma época obscura.

O progresso –

Deu lugar a involução.

Seres humanos –

Digladiando-se:

Cabo de guerra,

Ambição,

Velhas práticas.

Não fogem às estatísticas,

Fomentando o ódio e o rancor.

Nações –

Jogos de interesses.

Seguindo o rito de sórdidos fetiches,

No tabuleiro,

Permanecem as regras,

De quem tem mais dinheiro –

Para esbanjar.

Demonstração do poderio bélico,

Enquanto, crianças choram de fome –

Quase sem forças,

Desnutridas -

Não há o amparo.

O Estado,

Resume-se a cabide de empregos –

Oprimindo os cidadãos.

Crucificando-os:

Por crimes não cometidos.

A população –

Em chagas abertas.

O rombo flamejante,

Em seus estômagos.

De onde vem o perigo?

Ameaças do país vizinho?

Ou de quem compartilha da igual Pátria?

Não é a mesma que nos pariu!

Rejeitados –

Julgados –

Por parecermos menos.

Menor poder aquisitivo,

Versus –

Com o maior poder de compra.

Na falta de sutileza -

Na superficialidade do capitalismo.

Retirante do pedaço de chão servil,

Sotaques que se complementam.

Pobres –

Favelados –

Unidos pela mesma vontade:

Pedacinho de terra,

Ou emprego que o sustente -

Sem a ameaça da violência.

Com o direito de ir e vir –

Na paz.

Em queda livre,

Caindo em um imenso buraco –

Sem fim.

Em dias à fio,

Na inconstância dos acontecimentos.

O que nos reserva,

O amanhecer seguinte?

Isso é, se ele virá –

Se não for interrompido,

Por uma fatalidade.

Ou pela covardia,

Na eminência de qualquer ataque,

Pelo meio do caminho.

Pondera, a crueldade,

Em desalinho.

Desolados –

Passo a passo.

Numa mesma direção:

Na luta –

Na labuta,

Fervorosa em meio a desolação.

A energia –

Transmutando-se –

Entre um embate ou outro,

Na resiliência.

Às vezes, sem um pingo –

De paciência.

A sinergia –

Em compasso,

Reerguendo,

Buscando sobressair –

Do íntimo do nosso ser.

Em queda livre –

Nunca desistindo.

De pé –

Ou de joelhos,

É outro dia.

Olhar fixo,

Em frente ao espelho.

Na esperança da reviravolta,

Quem sabe, o tempo ainda não acabou,

E essa jogada, possamos reverter.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 31/01/2022
Código do texto: T7441467
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