MESMO ASSIM
MESMO ASSIM
É assim tentando exprimir o inexprimível, que vamos de toque em toque tentando enfiar num arquivo, numa anticéptica folha de papel, um sentir irresumível. Algo que se basta e nos enche de uma comoção do cão. A gente vai, se trai, traz tudo de dentro, espreme e joga, imprime e olha. Teme e tenta jogar fora, enjoa, mas mesmo assim desiste e mostra. Tudo pra aplacar o vicio de brilho no olhar. Depois é só encher-se de ti e de si e tentar tudo de volta, mesmo com a plena certeza, que é mais fácil escrever sobre a metafísica contida num pêlo de cílio postiço decaído num solo de puteiro, que tratar de amar sem ser piegas.