Sangrenta estatística

Involução –

A decadência do retrocesso.

Pobres seres humanos,

Agindo como irracionais.

Sem o mínimo de inteligência,

Seguindo aos instintos –

Na contramão o apocalipse.

Comportamento fútil,

Cadê a coerência?

Quem sobreviverá?

Isso se existir algum felizardo,

Que faça por onde merecer.

O que era para ser luz,

A tábua da salvação –

Transmuta-se em escuridão.

A ventania caótica,

Girando mais e mais apoteótica.

Aos olhares dos incrédulos,

Faz-se presente o espanto.

A verdade única e certeira,

Acertando-nos como uma flecha –

À beira do abismo.

A vida transformada em perdição e orgia,

Onde o respeito mútuo não se dá.

Realizando a engrenagem enferrujada,

Tão pouca é a energia.

Em uma guerra de egos –

Sem precedentes –

A cada manhã,

Aproxima-se de nossas casas.

Qual a função para tanto desespero?

Governantes avançando,

Metendo os pés na porta.

Desejando mais poderes para si,

A troco de que?

Na usurpação de direitos,

A cada dia impondo-nos mais deveres.

Sem garantia a nada,

Só aumento de impostos.

Enquanto desfilam na avenida da covardia,

Prevalecendo o caos.

Pessoas inocentes,

Na mira do fuzil.

Até que corpos são dilacerados.

Tombando ao chão – Ensanguentados –

A carne rasgada.

Não há resquício de empatia,

E sem importar quem quer que seja.

Você –

Eu –

Ou alguém de nossa família.

Somos apenas meros desconhecidos,

Anônimos transformados em números –

De uma sangrenta estatística.

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Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 24/01/2022
Código do texto: T7436292
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