Sangrenta estatística
Involução –
A decadência do retrocesso.
Pobres seres humanos,
Agindo como irracionais.
Sem o mínimo de inteligência,
Seguindo aos instintos –
Na contramão o apocalipse.
Comportamento fútil,
Cadê a coerência?
Quem sobreviverá?
Isso se existir algum felizardo,
Que faça por onde merecer.
O que era para ser luz,
A tábua da salvação –
Transmuta-se em escuridão.
A ventania caótica,
Girando mais e mais apoteótica.
Aos olhares dos incrédulos,
Faz-se presente o espanto.
A verdade única e certeira,
Acertando-nos como uma flecha –
À beira do abismo.
A vida transformada em perdição e orgia,
Onde o respeito mútuo não se dá.
Realizando a engrenagem enferrujada,
Tão pouca é a energia.
Em uma guerra de egos –
Sem precedentes –
A cada manhã,
Aproxima-se de nossas casas.
Qual a função para tanto desespero?
Governantes avançando,
Metendo os pés na porta.
Desejando mais poderes para si,
A troco de que?
Na usurpação de direitos,
A cada dia impondo-nos mais deveres.
Sem garantia a nada,
Só aumento de impostos.
Enquanto desfilam na avenida da covardia,
Prevalecendo o caos.
Pessoas inocentes,
Na mira do fuzil.
Até que corpos são dilacerados.
Tombando ao chão – Ensanguentados –
A carne rasgada.
Não há resquício de empatia,
E sem importar quem quer que seja.
Você –
Eu –
Ou alguém de nossa família.
Somos apenas meros desconhecidos,
Anônimos transformados em números –
De uma sangrenta estatística.
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