A pressa é amiga da imperfeição...

Acho que sou uma pessoa normalmente calma e paciente, uma boa parte disto vem do fato de ter dezenas de professores na família, incluindo o meu pai que foi professor de história e português, qualidade que tentei passar para os filhos com um bom sucesso. Um deles é professor de ciências em São José dos Campos, com mestrado em EDUCAÇÃO aos 22 anos e primeiro lugar no concurso para professor de Ciências pelo município de São José dos Campos em 2018. Eles são meu orgulho porque sinto que a missão foi cumprida a contento!

Bem, mas tenho amigos, porém com alguns deles tenho tido “rusgas’ e algumas críticas construtivas, quer eles aceitem ou não. Se são meus amigos, terão que aceitar, diz o provérbio.  A conclusão que se chega é que hoje em dia a paciência já voou pela janela há muito tempo. Um deles estava irritado porque um dos aplicativos que ele baixava estava demorando mais de 1 minuto “sendo que o telefone dele e a internet são os melhores, caros, etc”. Perguntei a ele se no final do primeiro ano de faculdade, ele se adiantou indo na secretaria da Faculdade para perguntar se o diploma dele estava pronto (ele é médico e levou 8 anos para pegar o bendito papel, quero dizer: um diploma atestando que ele agora era um doutor)

Uma vez ele foi ao Japão, que é uma viagem que dura em torno de 33 horas, saindo do aeroporto de Guarulhos com destino ao aeroporto de Narita, em Tokio. Perguntei a ele se ele foi à cabine do piloto da JAL (Japan Air Lines) depois de 3 horas de voo para perguntar se o aeroporto de Narita estava próximo. Teria ouvido um sonoro: “Está tirando sarro da minha cara, cara pálida?” Este meu amigo tem 2 filhos e ainda lembrei de perguntar a ele se no nascimento de cada filho, ele visitou o pediatra para saber se já poderia tirá-los da barriga da esposa com 3 meses de gestação. São pessoas que no começo do regime, já se pesam no terceiro dia com uma esperança enorme de já terem perdido o peso excedente, sendo que muitos regimes podem levar um ano inteiro para se obter um bom resultado.

Ele me ouviu meio irritado, mas “aceitando” os meus argumentos.

Infelizmente, são pessoas perigosas no trânsito, se estiverem armadas e receberem um “dedinho do meio”, não hesitarão em atirar, são pessoas que desrespeitam o garçom do restaurante se a comida demorou para ser servida, são pessoas que não cumprimentam o porteiro do prédio e nem da empresa porque acham isto desnecessário para a sua posição, são pessoas que infernizam a vida de um funcionário, de um pai ou de uma mãe de família, somente para mostrar um poder que nem tem tanto assim. São pessoas que vieram ao mundo achando que este gira somente em torno deles, olham somente para o próprio umbigo sem lembrar que eles sozinhos não fariam nada, mas teimam em acreditar que conseguem: são teimosos como crianças quando fazem birrinha, frágeis e frustrados.

As palavras: empatia, amor, flexibilidade, carinho, humildade, respeito pelos outros: homens, mulheres, velhos e crianças, a palavra solidariedade, compartilhamento de tudo com a família e com a “família” onde se trabalha (porque passamos mais tempo no trabalho do que em casa), todos estes valores e léxico se perderam ao longo do tempo e somente são achados em dicionários. Quisera que os impacientes, ambiciosos, orgulhosos e arrogantes deste mundo tivessem acesso de volta à toda esta riqueza de sentimentos e pusessem em prática, novamente, o que nos foi ensinado tão "pacientemente" pelos pais e os pais de nossos pais!

(Paulo Eduardo)

 

 

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 24/01/2022
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