Necrotério a céu aberto

O que vejo –

Faz o meu peito sangrar.

Como respirar neste território?

Rarefeito ar -

Os pássaros ainda voam,

Refazendo os ninhos.

Ainda resta a esperança,

Viver em um Planeta despoluído.

Enxergar as cores com mais nitidez,

Sem o cinza que ofusca.

A Grande Mãe –

Apossando-se do que lhe foi retirado,

Com galhardia –

Reinando por onde desejar.

Nada de usinas nucleares,

E nem tão pouco a exploração.

No presente –

A alma sangra,

Com tanta destruição.

O verde da mata,

Desbotando em meio às queimadas.

Animais dizimados,

Quais foram os seus crimes ou pecados?

Se cada ser, por menor que seja,

Devota a sua colaboração?

A liberdade é uma dádiva,

O ser humano –

Dito racional na face da Terra,

Encurrala –

Aprisiona –

Tortura –

Assassina –

Por meios sórdidos.

A maldade escorrendo fria,

Pelos poros –

Nenhum pingo de remorso.

Enquanto, o sangue de inocentes,

Ecoa –

Escorre na sarjeta.

Sangra –

Sangra –

Sangra –

Com a crueldade de seus algozes –

Sem escrúpulos.

O lucro –

O lucro –

O lucro –

Sempre ele: O lucro!

Montantes de dinheiro,

Abarrotando os cofres,

Satisfação de pequeno grupo.

- Para quê?

Se em um futuro próximo,

De nada valerá.

Serão apenas papéis,

E nada mais.

Não venha com arrependimentos,

Maldade sem tamanha –

A ganância em sua sanha.

Intolerância com o qual se julga pequeno,

Vítimas de um sistema capitalista –

Visando o acúmulo de riquezas.

Outra vez, pergunto-lhe:

- Para quê?

O ar cada vez mais pesado,

Condensado.

Asfixiando-nos –

Preparando-nos:

Para o grande final.

A pequena ameaça,

Espalhando-se pelos continentes –

O vírus mortal.

Apenas uma pequena amostra,

Do que nos aguarda:

Ali mais pela frente,

No que chamamos de futuro.

Não adiantarão o uso de máscaras,

Cilindros de oxigênio:

Tudo será contaminado.

Muitos se tornarão assassinos,

Direta ou indiretamente,

Na tentativa de salvar a própria pele.

Aos que ainda ficarem –

Arrependerão-se!

A realidade pedante,

Imposta na carne.

Em situações extremas,

Dilacerando as vísceras –

A dor e a agonia,

De todos os animais,

Também de seus ancestrais,

Tomarão o corpo.

A verdade é cruel...

Sobrevivendo em um imenso necrotério –

À céu aberto.

Entretanto, se a humanidade,

Não rever os seus conceitos.

Estaremos –

Como já estamos prontos e preparados,

Para a grande destruição.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 22/01/2022
Código do texto: T7434705
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.