SOLITÁRIA CAMINHADA
Altas horas da madrugada, o sono se foi, e os pensamentos fervilham emitindo lamentos. Coração inquieto não encontra razão para escrever versos de amor. Lá fora ouve-se apenas o uivo dos cachorros que perambulam pela rua deserta. Com o corpo dolorido de tanto revirar na cama, só me resta levantar e refugiar na sacada para olhar a lua e as estrelas até que o dia amanheça trazendo-me uma luz ao pensamento! Um cafezinho com pipoca nessa hora cai bem e ajuda a passar o tempo.
Tempo! Ele não é meu amigo, pois me deixou à deriva sem ter esperança de um dia viver um sonho de amor. Talvez eu estivesse querendo algo que não podia ser meu por vários motivos no tempo “presente do momento” .
Entre suspiros meu olhar se volta no tempo passado. Tanto amor ofertei sem ser amada!Quantas noites frias eu vivi a espera de uma única palavra; amo-te! Os meus sentimentos foram friamente ignorados. Talvez eu nem precisasse de tê-lo em meus braços mas saber-me amada era essencial para alimentar meu coração durante a solitária caminhada!
E assim o dia nasce mostrando-me que nada mudou, que o sonho sonhado nunca poderá ser realizado e que necessito esquecer o que nunca foi meu!Levanto da cadeira de balanço e percebo que tanto o café como a pipoca nem foram tocados!Vivo em um casulo sem direito a liberdade!
Rosa D’ Saron-20-01-2022