ENTRE SEMENTES APODRECIDAS, BROTOS EM FLORADAS
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Lembro bem que quando a pandemia começou, mal tivemos tempo de pensar, de perceber, de entender.
Feito furacão nos estancou a vida - nos isolou de todos, inclusive familiares.
Só tínhamos notícias dos números elevados de mortes diárias e enquanto autoridades de saúde tentavam orientar a população sobre como agir, o que fazer, apareceu de repente, feito câncer as falácias contraditórias.
Meus filhos me guardaram a sete chaves. Com mais de sessenta anos e com doença autoimune era preciso cuidado.
Recordo minha felicidade ao tomar a primeira dose da vacina. Emoção indescritível.
Dois anos de lutas e as vacinas chegando, até finalmente, chegar a vez das crianças...
E eis que uma menina de onze anos manda um recado de gente grande, para gente grande:
“Não seja egoísta. Vacine-se! Se não for por você, para que essa doença acabe e voltemos pra vida de antes, porque sinto falta da escola, dos amigos, das brincadeiras, da vida.”
Crianças vocês deram um show de coragem e maturidade.