ENTRE SEMENTES APODRECIDAS, BROTOS EM FLORADAS

 

 

Maria de Fatima Delfina de Moraes

 

 

     Lembro bem que quando a pandemia começou, mal tivemos tempo de pensar, de perceber, de entender.

     Feito furacão nos estancou a vida - nos isolou de todos, inclusive familiares.

     Só tínhamos notícias dos números elevados de mortes diárias e enquanto autoridades de saúde tentavam orientar a população sobre como agir, o que fazer, apareceu de repente, feito câncer as falácias contraditórias.

     Meus filhos me guardaram a sete chaves. Com mais de sessenta anos e com doença autoimune era preciso cuidado.

     Recordo minha felicidade ao tomar a primeira dose da vacina. Emoção indescritível.

     Dois anos de lutas e as vacinas chegando, até finalmente, chegar a vez das crianças...

 

     E eis que uma menina de onze anos manda um recado de gente grande, para gente grande:

“Não seja egoísta. Vacine-se! Se não for por você, para que essa doença acabe e voltemos pra vida de antes, porque sinto falta da escola, dos amigos, das brincadeiras, da vida.”

Crianças vocês deram um show de coragem e maturidade.

Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 18/01/2022
Código do texto: T7432316
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