A MÃO DE DEUS

Como uma árvore grande, a mão de Deus se estende sobre a terra enquanto nós caminhamos na cegueira característica dos pequenos seres desprovidos de asas. A calma da manhã avança sobre o mundo de sotaques e os nosso ouvidos moucos não nos servem para nada. Há em cada momento da luz uma embriagues aos nosso olhos e jamais voltaremos a experienciar tamanha emoção. Somos gordos em nossa empáfia! Dormimos com os pombos e acordamos com os porcos, é inútil esperar pelas promessas da manhã enquanto o coração pesado faz curvar nossas vértebras a cada passo dado. Ninguém jamais calou a boca da noite ou os olhos da manhã, mas todos nós ja nos esquecemos das nossas mãos, muitas vezes sujas de barro - e nos esquecemos até mesmo a origem do próprio nome. E não somos mais que crianças perdidas no embalo do vento fugindo de um calado e antigo fantasma.

 

 

imagem: Araucárias

aquarela s/ papel Canson

Luciah Lopez