Tudo vale quando tudo é bom, sempre em nome da inspiração e da poesia...(S.G.)

 

"A Boca"... 1528570.jpg

 

De repente...

Sem mais e sem porquês, estava eu lá...

...e não ia só...

Comigo, tinha um adiável e supérfluo querer, que bem poderia ser deixado pro depois!

Adquirir algo, um objeto que precisava ter e até que o achei...

Não seria para aquele exato momento, mas quando me precatei, nem notei e já estava lá!

Era, esse utensílio, bem do jeitinho que carecia pra ter mas que confesso poderia ficar, pra mais adiante.

Pronto! Braçeei a caixa, comprei-a e só me restava saudar seu valor, quitar minha dívida, e sair...

Mas a coisa (ainda bem), não foi bem assim que se deu;

Algo me fez ficar, mais um pouquinho...

Coisas, daquelas sem explicação me segurou numa boa e prazerosa conversa.

Não podia simplesmente ir embora, sem antes te dizer...

Mas o que eu poderia dizer? O que eu teria pra te dizer?

Nem sei bem o porquê, fui logo despejando meus lamentos, derramando minhas dores.

Fui tentar explicar, parecendo estar de fato doido, sobre o destino daquele artefato;

Para quê mesmo ele serviria? 

E sem querer, fui fazendo sair de mim, coisas que pouco que não deveria compartilhar com ninguém.

Mas para minha surpresa, satisfação e admiração, rudo fora que falava, eram acatadas e ouvidas!

Fui inundando abertos ouvidos alheios com besteiras minhas sem valor, como fossem águas turvas que vão sujando um rio, sem querer...

Entre ouvidos e por detrás de um pano fechado em negro, uma peça tão sagrada a nos proteger de atrozes e lacerantes moléstias modernas, havia uma boca escondida num breu de tramadas e perfumadas linhas no que pensei, qual Boca surgiria dali? Que Boca seria essa?

Atentos ouvidos ouvintes, um total espetáculo em harmonia, pouco comum de se ver... (muita beleza reunida num só ser...)

Que de súbito, num belo instante desabrochou ante meus olhos já levemente marejados, baixando como como cortina de sedução, esse valoroso tecido escuro!

E eis que surge mais bela Boca que meus olhos cansados já viram (e que Boca...)

Linda, cheia de todos os dentes, composta de falantes e carnosos lábios, desenhados por Deus como ondas mansas, a navegar num mar calmo! 

Tudo acondicionado num belo rosto rosado que eu via, bem na minha frente!

Uma Boca que além de linda, era mansinha e sábia!

Que se moldava em raridades, separada como disse, por dois grandes lábios carnudos, a mim naquela hora, ambos revelados.

Que começara suavente a falar e falar, ...falar, conseguindo num diminuto instante, graças..., serenar e apaziguar meu condoído coração!

Minha carne que há pouco, fervia e tremia, suando fria, de pronto compreende e copia o que queria e dizia, aquela maravilhosa Boca.

Não menos que de repente...

Palavras adocicadas de conforto, me consolaram, aliviando minha sanha!

A minha pulsação, que até ali claudicava em desassossego e mágoas, passava de ofegante e sôfrega, para entusiasmada e fã, desse novo querer em miragem.

Embora ainda forte em batidas, meu coração e minha alma sintonizaram logo sua frequência.

...a sintonia com aquela Boca!

E naquele exato momento estavam de vez acalmados, tranquilos e curados, todos os males que me rondavam e dominavam!

A partir daí fiquei tão seguro de mim...

...tão impressionado pelo que vi e ouvi...

E tão motivado continuar a riscar meus poemas, que cometi a insensatez, de nem lhe perguntar seu nome.

O nome da dona daquela linda Boca!

Vou lembrar dela, até entregar-lhe estes poucos versos de uma prosa (que fiz só pra você) e que agora te ofereço!

Boca..., por hora, vou te chamar apenas e tão somente, de:

 

-"A Boca"...

 

Digo-lhes que a poesia não têm filtros, pois não se permite ser concisa e nem ser má.

Quer apenas falar com licenças suas, daquilo do que veem e sentem, além de seus olhos...S.G.

 

 

 

SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 14/01/2022
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