Caçadora de mim...
Nascida mulher fui, e no decorrer de minha existência, loba me tornei.
A vida é uma selva, onde a sobrevivência é o único objetivo.
E se não tornamos selvagens, caçadores, seremos devorados, seremos a caça.
Não há brecha para erros, não a margem para fraqueza, não há oportunidade para segunda chance, não há espaço para outras oportunidades.
Então nos vemos obrigados a usar nossas armas, nosso instinto, nossas unhas e dentes.
É a lei do matar ou morrer.
Não há tempo de descansar, de se quer relaxar, abrir a guarda, ser emotivo ou ter bondade para com o inimigo.
As lutas, as guerras, as feridas, nos tornam duros, cascudos, de arma em punho, de olhos abertos e frios.
Deixamos nossos sentimentos soterrados na cavidade mais obscura de nosso coração.
Ele já não nos é de grande valia, quando o que mais precisamos é agir com a razão, com perspicácia.
Só assim não seremos feito refém, ou escravo de nosso semelhante.